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Todos receberão seu link para participar via Zoom. Todos terão acesso à gravação, disponível para assistir por 3 meses. Verifique a diferença de horário se você estiver fora do Reino Unido.
Programa:
- A Outra cena so sonho (terça-feira, 10 de outubro, 15.00-17.00 Londres ou 11.00-13.00 Rio de Janiero)
- O teatro da histeria (terça-feira, 17 de outubro, 15.00-17.00 Londres ou 11.00-13.00 Rio de Janiero)
- O conceito de fantasia e de cena (terça-feira, 24 de outubro, 15.00-17.00 Londres ou 11.00-13.00 Rio de Janiero)
1. A Outra cena do sonho
Der Anderer Schauplatz, traduzido por a Outra cena (mais correto seria o Outro palco) é o primeiro nome que Freud dá ao Inconsciente, trazendo sua marca de teatralidade presente devido a um dos principais mecanismos de formação dos sonhos (via régia do Inconsciente) ao lado da condensação e do deslocamento: a Darstellbarkeit, a figurabilidade ou mais propriamente a encenação (staging, mise em scène) que dá a marca do Inconsciente como um “teatro privado”. Começaremos nosso curso com a abordagem do sonho para mostrarmos como o Inconsciente não só é estruturado como uma linguagem (com suas leis de metáfora e metonímia segundo Lacan), mas também como um teatro. E mostraremos como o espetáculo teatral se serve dos mesmos meios de formação dos sonhos. O teatro é o Inconsciente em cena – eis o que Freud descobriu ao assistir a tragédia Édipo Rei de Sófocles.
2. O teatro da histeria
A histeria como uma manifestação do desejo do sujeito está sempre no palco atuando para um espectador. Não há histeria nem teatro sem um espectador. Freud descobriu efetivamente o inconsciente em sua manifestação corporal e sexual ao se deparar com as histéricas, no final do século XIX no “palco” do serviço do Dr. Charcot em Paris no Hospital la Salpêtrière, onde Charcot isolou a histeria como uma doença legítima e autêntica e Freud viu na histeria a manifestação de uma cena inconsciente sexual verdadeira inconsciente que estava sendo encenada de forma deformada como se fosse mentira. Estudaremos esse encontro histórico e suas consequências para abordarmos a histeria e seus conceitos fundamentais a partir da encenação do acting out e do laço social. E chegarmos à demonstração de que o teatro é uma forma de histeria sublimada.
3. O conceito de fantasia e de cena
Freud utiliza em diversas situações um termo emprestado do teatro: a cena. Encontramos em sua obra a importância da cena traumática, da cena primitiva, das cenas sexuais. Todas são cenas das fantasias inconscientes que efetivamente determinam sintomas, atos e repetições do sujeito sem que ele se dê conta. A fantasia com sua cena fundamental constitui a realidade psíquica de cada um não importando se ela tenha de fato acontecido. A análise é o palco onde o analisante vem relatar e reviver de forma catártica essas cenas passando-as em revista em sua livre associação – que nada mais é do que uma sucessão de cenas relatadas para o analista que vai tomando o lugar de vários personagens de acordo com a transferência do analisante. O consultório analítico é o Inconsciente em cena.
O orador:
Antonio Quinet é psicanalista, membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano, psiquiatra, doutor em filosofia pela Universidade Paris 8, professor universitário ( UVA – Rio de Janeiro) onde desenvolve a pesquisa ” psicanálise e teatro, dramaturgo e diretor de teatro. Fez sua formação analítica em Paris nos anos 80 na Escola de Lacan. Poliglota e conferencista internacional. Autor de vários livros publicados em português, inglês, espanhol e francês, dentre os quais Lacan’s clinical technique (Karnac). E também de peças de teatro encenadas em várias cidades do mundo com sua Cia. Inconsciente em Cena. Encenou sua peça Hilda e Freud em estréia mundial no Freud Museum em 2013.
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